quarta-feira, 7 de maio de 2014

Eu não sabia o quanto aprenderia

Há onze anos eu tive meu primeiro Dia das Mães, grávida, feliz, vivendo um momento único, cheio de mistérios, o desconhecido surgindo a cada dia deixando o instinto me guiar de uma forma onde os acertos supriam os erros e o amor tomava conta de todo e qualquer momento bom ou ruim, de cansaço, sono, medo, alegria, ansiedade, dor ou alívio.

Os primeiros anos como mãe foram de muitas alegrias e grandes descobertas. Ver minha filha crescer com saúde, descobrindo o mundo através de brincadeiras. Vê-la engatinhar, fuçando cada cantinho da casa e enfiando os dedinhos por qualquer buraquinho onde os coubessem. Descobrindo a delícia de escorregar e balançar por si própria. Fazendo amizades, indo à escola, enfrentando as dificuldades do ler e escrever, ouvindo-a cantar as musiquinhas aprendidas, as preferências nos desenhos...

Nossa! Uma infinidade de coisas de crianças que pode encantar qualquer um, mas a mãe vê tudo isso de uma forma especial e não tem como não ter aquela ansiedade em ver os primeiros passos.

Pois é! Há onze anos eu vivo isso tudo de uma forma muito intensa, sempre me surpreendendo com o desenvolvimento da Maria Clara. Penso que nem valorizaria tanto se há cinco anos eu não fosse a mãe do Davi.

Cinco anos atrás também estava grávida, meu bebê estava prestes a nascer e eu não pensava se ele seria normal, se andaria, falaria ou se seria saudável. Eu só imaginava que ele seria loirinho e teria olhos claros como os avós. Sempre me pego pensando nisso porque com a Maria Clara pensava exatamente o contrário, talvez por ser a primeira, ou talvez por que mãe tem um sexto sentido que só sendo mãe pra entender (uma coisa maluca). Davi nasceu exatamente como eu imaginava, senti até que já o conhecia quando o vi.

Ele vai fazer cinco anos e não sei como é a alegria de vê-lo fazer coisas que a Maria Clara fez, não posso dizer que nunca ansiei por esses momentos, porque já os esperei muito, mas devagarinho a gente vai aceitando porque existe amor!

Ah! O amor! Esse é igual para os dois!

Como sei disso?
Já que tenho mais cuidados com ele e alegrias com ela?

Me pego observando-os enquanto dormem, dormindo são iguais, a mesma respiração, calma e suspiros. Então, beijo-os, sinto o cheiro de cada um, sinto o calor da pele, ouço a respiração... e o que sinto por um e outro, é exatamente igual. E diferente da intensidade entre alegria, preocupação e encantamento, sinto uma ternura inexplicável, sentimento que aquece e acalma a alma.

Maio de 2010.
Meu primeiro Dia das Mães com meus dois amores.




quarta-feira, 12 de março de 2014

Que rara és Maria!


E quem ainda não assistiu Cordas?

Eu perdi as contas de quantas vezes assisti! É que sou assim em relação a algo que me emociona, e esse filme me faz chorar todas as vezes que vejo.

Sei que não sou a única pelo número de compartilhamentos, e fico imaginando todas as mães, em especial as especiais (risos), vendo seus filhos naquele menino, ou a irmã, irmão, amiguinho na Maria, e todas elas desejando que muitas Marias se façam presentes na vida deles.

Mas na verdade a primeira e principal Maria da vida deles somos nós, as mães! A cada dia criamos um mundo para entrar no deles e acreditamos neles com toda nossa força e amor. Os incluímos em nosso cotidiano criando situações de sociabilização que nenhuma escola ou qualquer lei de inclusão jamais ousou fazer e queremos muito que sintam o lúdico de cada brincadeira, divertindo-se com elas.

E quando nos abraçamos, nos transportamos a um baile em que eles dançam e se expressam como querem e como nós, lá no fundinho do nosso ser, sonhamos.

Um dos fatos de eu me emocionar muito com a história é que o Davi se parece com o personagem no jeito de ser. Ele fica sentadinho, olhando as coisas e pessoas a sua volta e de vez (muito) em quando dá um leve risinho de canto de boca, e também olha para cima como na cena do gol.

Bem, aí não foi difícil me ver na Maria, e depois ver a irmã, o pai, a avó, tias e terapeutas. Pessoas "raras" que conseguem de vez (muito) em quando ganhar um risinho de canto de boca, mas que não se importam se não o ganham porque sabem o que se passa lá dentro, no coraçãozinho que com certeza vibra de alegria!

Quem ainda não assistiu, aí vai o link:

https://www.facebook.com/pages/Meu-Cantinho/406536112733209?ref=hl

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Piolhos !!!!!!!

Antes de começar a contar a vocês sobre a batalha contra os piolhos, vou descrever o cabelo do Davi:

Fino, nem liso, nem crespo, sem cachos, rebelde e com dois redemoinhos no meio. Faço de tudo para deixá-lo em "ordem", mas mantém sempre aquele aspecto desarrumado, descabelado, ou de quem acabou de acordar por que ele sempre esta com a cabeça encostada em algum lugar, seja no encosto da cadeira, no travesseiro, numa almofadinha, ou em nosso colo.

Agora vamos aos fatos:

Hoje fizemos um almoço em família na casa da minha irmã, e ele reclamando, choramingando e irritado.Na verdade ele estava assim há alguns dias e como eu não encontrava motivo para tal comportamento dizia ser o calor. Por isso colocá-lo na água estava sendo um alívio momentâneo.

Então, depois de um belo banho de piscina, minha mãe sugeriu um corte em seu cabelo, eu topei, desde que fosse um corte leve, porque gosto dele cabeludo.

A família estava toda reunida, uns na piscina, outros na sala e na varanda eu com ele ao colo enquanto minha mãe com o maior cuidado tirava dois dedinhos aqui, dois ali, sob minha supervisão (e de mais algumas pessoas, como do pai e avô), colocando as mechas com cuidado sobre a mesa para não deixá-las cair ao chão.

Até que visualizei um pontinho preto... e outro... e mais outro. "Mãe, o que é isso no cabelo do Davi?", ela pegou e antes que pudesse ver, o pontinho pulou. Foi um susto geral ! "Gente é piolho!" ela gritou,e vieram todos. "Onde?" "Que foi?", alguém veio lá de trás, "quem está com piolho?", "O Davi!". E começou a juntar um montão de gente em volta dele.

Olhamos na região em cima da nuca e estava cheio !!!!! Minha irmã, "coitadinho", e outro, "por isso ele está tão bravo", "nossa, a quanto tempo essa criança está sofrendo", "ele não consegue coçar". E ele começou a reclamar ainda mais, quase chorando, não pelos piolhos, que a esse momento estavam ouriçados, mas pelo monte de gente ao seu redor.

As crianças até começaram a coçar a cabeça, até eu comecei a me coçar. Meu avô foi direto, "esse negócio de ter cachorro em casa dá nisso", alguém respondeu, "vô é piolho, não pulga". E foi um tropé geral, até que de repente surgiu de lá de dentro uma maquininha de raspar o "coco" e rapidamente ela estava ligada nas mãos de minha mãe, que delicadamente foi raspando as madeixas, deixando-as jogadas ao chão ou onde caíssem, com piolhos e sem piolhos e voava cabelo pra todo lado, sem dó nem piedade.

Ufa! Estava feito! Sem pontinhos pretos, piolhos e sem cabelo!

Um mergulho na piscina com o pai para tirar os fios que ficam cutucando a pele, uma vassourada no chão para limpar tudo e pronto!

Davi esta de coco raspado! Ah, mas ficou um topete, estilo Neymar, que deu um charme especial.

Agora estou aqui, me divertindo nas lembranças do dia, olhando pra ele que dorme feito um anjo e a questão é: Onde esse menino pegou piolho? É! Porque não é a primeira vez, mas da outra eu estava alerta, a irmã tinha pegado e havia uma infestação entre as crianças. Só que desta vez, não! Foi só ele, que quase não tem contato com outras crianças, não frequenta barbeiro, não vai a escola. Enfim, como foi isso?

De qualquer forma ele está lindão, e segue algumas fotitas pra vocês!






quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Por que só o pé?

Desde que o médico neuro pediatra do Davi me disse que ele deveria ser uma criança como outra qualquer e viver todas as emoções que qualquer criança viveria, eu me empenho todos os dias e momentos para proporcionar isso a ele.

É difícil, especialmente agora que ele está crescendo com quase cinco anos e 18 quilos e não segura ainda a cabecinha.

O fato é que a gente faz ele sentir todas as emoções, coloca-o na cama elástica, põe algodão doce e sorvete em sua boca, faz meleca com chocolate e gelatina, balança, brinca na piscina de bolinha e até escorrega em toboágua. Piscina, então, faz parte de sua rotina e ele adora.

Quando saio com ele no carro, faço questão de abrir bem as janelas para que ele sinta o vento em seus cabelos, e não posso ver um gramado que já quero estendê-lo por lá. Acho que essas sensações vindas da natureza são realmente especiais e fazem bem a todos, inclusive a nós mães!

O ano passado aconteceu algo que me faz rir até hoje, era verão e quase todos os dias chovia. Naquela tarde fizemos um churrasco. Eu ainda estava na cozinha quando o pessoal chegou, mas o Davi já estava prontinho, de banho tomado e cabelinho penteado em sua cadeira, dentro do rancho. Enquanto o pessoal conversava começou uma chuva e logo em seguida uma ventania levou o guarda sol a voar para longe. Todos saíram correndo para salvar o guarda sol, as toalhas e guardanapos que voavam, deixando o menino lá, protegido no rancho.

Só que o vento levou a chuva para a direção do Davi, e quando voltaram a atenção a ele... Por Deus! Ele estava todo molhado com a chuva caindo forte em seu rosto. Pensa que ele não gostou? Imagina só! Adorou! Estava muito calor! Mas todos acudiram, o colocaram na sala, trocamos a roupa e colocamos a cadeira para secar.

Quando penso nesse dia, fico feliz por ele ter sentido esse momento e como é uma chuva de vento. E assim é! Todos os dias de minha vida e todos os momentos de meu dia.

Mas a sensação de entrar no mar e sentir as ondas, ele ainda não teve. Não que eu não quisesse, afinal adoro e acho que a gente sempre precisa de um banho de mar. Sabe, que nem me importo se a praia é própria ou imprópria, pelo menos um mergulho eu dou, mas o Davi não pode.

Ele tem gastro, uma sondinha para se alimentar ligada diretamente ao seu estômago, então não posso submetê-lo a isso, afinal não deixa de ser uma ferida exposta e a gente tem que cuidar direitinho, e banho de mar está proibido.

Portanto para não deixá-lo de fora dessa sensação, a gente coloca os pézinhos, e através deles ele sente o vai e vem das ondas e quem sabe um dia...







quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sem limites...para ser

Três meses sem escrever no blog... parece um tempão, mas para mim parece que foi ontem.

Esse tempo foi bem agitado, levando em conta que passamos pelo final de ano, com festas e confraternizações. Ainda bem, porque digamos que eu passei um período meio pra baixo e esse clima festivo foi providencial.

Pois é! Depois do sustinho com o Davi e seu pós cirúrgico atrapalhado fiquei meio sem chão, fui levando a vida, deixando ela me levar. Acho que me deparei com a fragilidade da vida e isso mexeu comigo. Fiquei a mercê das atividades do dia, fazendo tudo sem muita animação. Em alguns momentos me pegava ansiosa, com vontade de chorar. E para comprovar que nosso emocional está diretamente ligado ao nosso sistema imunológico fiquei doente duas vezes.

Mas, ainda bem que tenho uma família maravilhosa que não permitiu minha entrega. Foram passeios,mil atividades propostas a mim. Mesmo que eu estivesse pra baixo me carregavam para fazer algo diferente como um passeio em Paraty, na Praia Grande com família e amigos reunidos e... aproveitando a magia do final de ano. Pronto! A tristeza e a insegurança foram embora e cá estou eu de volta, cheia de vontade de bota esse blog em dia!


E ainda pensando sobre isso, depois que passa fica fácil, devemos respeitar esses momentos da vida, afinal quem somos nós, seres humanos, para estarmos sempre fortes e enfrentando batalhas às vezes tão duras?

Então chorar um pouquinho, ficar recluso, quieto, também pode ser bom para recarregar as energias. O importante é ter ao seu lado pessoas que te amparem, te entendam e um..., não, dois... ou mais... motivos para seguir em frente. Aí vocês já sabem de quem estou falando... dos amores de minha vida, e olha que não são poucos!




sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Intuição de mãe

Escrevi esse texto a umas duas semanas atrás, logo que fiquei sabendo que o Davi teria que enfrentar uma simples cirurgia para retirar adenóide e amígdala, pois estava com dificuldade para respirar. Não postei pois achei um pouco "pra baixo", pensei "foi um momento de insegurança, uma cirurgia tão simples não pode apresentar riscos" e resolvi deixar de lado.

Só que no momento em que o Davi passou mal depois da cirurgia na sala de recuperação e quase precisou ser sedado e entubado por causa da saturação muito baixa, me deu um medo de perdê-lo tão grande que só me lembrava do texto que ficou guardado em meus rascunhos.

Eu, naquele momento e nos dias seguintes em que ele lutou bravamente para se recuperar, tive a certeza de que mãe tem uma intuição que não falha, parece que a gente pressente o perigo rondando nossos filhotes. A partir de agora vou levar mais a sério esse sexto sentido materno....

Eis o texto:

Mãe às vésperas de cirurgia do filho

Ser mãe de uma criança especial, com necessidades especiais é se dividir em duas. Parte de mim é forte o suficiente para enfrentar qualquer situação sem ao menos se abalar, enquanto que a outra metade é frágil, cheia de medos, chorona e insegura.

O Davi é uma criança linda, encantadora, embora eu nem mesmo conheça o tom de sua voz e ele não deixe brinquedos espalhados pela casa, ele preenche um espaço enorme em nossas vidas, que causa alegria e contentamento.

Há uns dias ele passou a ter crises convulsivas que são imperceptíveis porque o neuro retirou um medicamento anti-convulsivante, o Sabril, e isso realmente fez falta. Comecei então a perceber que ele não olhava mais em nossos olhos, não dava aquela risadinha de lado que ele costumava dar. Liguei para o médico e não sabia como explicar pelo telefone o que acontecia, minha vontade era dizer: " estou com saudades do Davi", "ele não está por aqui."

Ainda bem que retomou os medicamentos e em uma semana ele nos brindou com aquele doce olhar.

Ele é uma criança que fica ali, onde você o coloca, seja no sofá, na cadeira ou deitado na sua caminha (ele tem uma caminha na sala em frente a tv).Você sabe que ele está lá, vendo tudo a sua volta e de uma forma ou de outra se divertindo com isso, ás vezes eu estou ocupada e passo por ele, assim que nota minha presença, ele simplesmente dá uma risadinha achando que vou falar com ele e não tem como não parar o que estou fazendo para brincar, conversar e enchê-lo de beijos. Delícia!

Outra reação dele que nos encanta é quando você fala com ele e ele choraminga, isso mostra o moleque safado que é, querendo atenção, ou um colinho. Às vezes ele finge estar dormindo, especialmente quando tem terapias por fazer.

Por essas e outras tenho muito medo de perdê-lo. Diante de todas as dificuldades que ele enfrenta fico pensando se sua passagem por aqui não será breve e se eu não tenho que me preparar para enfrentar uma possível separação, mas ás vezes que pensei nisso me peguei apertando-o forte em meus braços para que pudesse sentir seu coração batendo forte em meu peito e sua respiração em meu rosto.

É melhor não pensar nisso, mas os pensamentos vem e vão, ainda mais quando nos encontramos prestes a enfrentar mais uma cirurgia. Sei que não posso pensar assim, mas esse é meu lado frágil num momento de insegurança! Passa rápido!

O fato é que preciso ter meu molequinho aqui, com a chupetinha na boca como se fosse a coisa mais gostosa do mundo (e deve ser mesmo), para cuidar, me preocupar e sentir falta. Sinto falta  quando ele dorme demais,  quando toma algum medicamento que o deixa meio aéreo ou quando saio e não o levo junto. E quanto mais o tempo passa e ele vai crescendo, esse amor vai aumentando de um jeito que não tem como explicar, só sentir!







sábado, 28 de setembro de 2013

Nossa Tirila se foi

Nunca queria escrever esse post, contando sobre um dia triste, o dia em que perdemos nossa amada cachorrinha Tirila de um jeito tão estúpido.

A Tirila chegou em nossa casa assim que me casei, há treze anos. Ela foi mimada como uma "filha"até a chegada da Maria Clara, nunca me esqueço do dia em que meu marido dormiu com ela na cozinha porque ela estava doente, das viagens para praia em que ela ia junto e tínhamos que parar para que fizesse xixi, ou quando durante a minha primeira gravidez ela teve gravidez psicológica chegando a produzir leite. Foi um barato... chegamos ao veterinário e nem precisamos explicar o diagnóstico, assim que o doutor viu minha barriga, já solucionou o problema dela.

Depois do nascimento da Maria Clara, ela, de "filha" mimada passou a "mãe" protetora, dormindo embaixo do carrinho e latindo para qualquer um que se aproximasse, foi a companheira paciente que aguentava todas as peripécias infantis e fazia de tudo por um pedacinho de frango, nem comia ração, ou era carne, ou nada, (simples assim). Sempre que eu ia a algum churrasco voltava com um saquinho de restos para ela.

Quando o Davi nasceu ela já não tinha mais a mesma paciência, mas era zelosa e ficava sempre por perto. Passei a deixá-la junto com as outras duas cachorras que tenho no quintal depois que o Davi colocou a gastro, por motivos óbvios de ela não tentar lambê-lo ou deitar junto dele (ela sempre foi privilegiada, talvez por ser tão pequenina...) Mas devido a sua velhice neste ultimo inverno passamos a deixá-la dentro de casa, chegamos a conclusão de que ela precisava mesmo era de nossa companhia, de estar conosco.

Todos os dias, o primeiro que acordava abria a porta e deixava-a sair para fazer um xixi e tomar sol na frente da casa. Hoje a pessoa que acordou primeiro fui eu, desci para sala com o Davi que quase não tinha dormido, abri a porta para ela, deitei no sofá e adormeci.

Quando todos acordamos e fomos procurar por ela, já que não veio ao nosso encontro, quase faleci! Ela estava lá na piscina, sem vida! Foi horrível! Comecei a chorar desesperadamente, queria que o tempo voltasse para que eu pudesse acudi-la, me sentindo totalmente culpada por ter aberto para ela sair, por não ter imaginado que ela já estava velhinha e mesmo acostumada ao local da piscina, poderia em algum momento se desequilibrar e cair.

A enterramos no jardim da casa de minha mãe. Maria Clara para me consolar disse:  "ela não poderia estar melhor", e eu passei o dia todo ora me lembrando dos bons momentos, ora me remoendo em culpa e pensando em como tudo aconteceu e eu não fiz nada!

O sábado passou assim, pesado, todos silenciosos e de olhos inchados. As cachorras estão quietas e assim que coloquei a caminha dela pra fora, a Violeta, a mais "chegada" da Tirila se deitou nela, e lá ficou por um bom tempo. Acho que agora essa será a cama dela.

Já que o tempo não volta, vamos esperar que amenize a nossa dor!