Os primeiros anos como mãe foram de muitas alegrias e grandes descobertas. Ver minha filha crescer com saúde, descobrindo o mundo através de brincadeiras. Vê-la engatinhar, fuçando cada cantinho da casa e enfiando os dedinhos por qualquer buraquinho onde os coubessem. Descobrindo a delícia de escorregar e balançar por si própria. Fazendo amizades, indo à escola, enfrentando as dificuldades do ler e escrever, ouvindo-a cantar as musiquinhas aprendidas, as preferências nos desenhos...
Nossa! Uma infinidade de coisas de crianças que pode encantar qualquer um, mas a mãe vê tudo isso de uma forma especial e não tem como não ter aquela ansiedade em ver os primeiros passos.
Pois é! Há onze anos eu vivo isso tudo de uma forma muito intensa, sempre me surpreendendo com o desenvolvimento da Maria Clara. Penso que nem valorizaria tanto se há cinco anos eu não fosse a mãe do Davi.
Cinco anos atrás também estava grávida, meu bebê estava prestes a nascer e eu não pensava se ele seria normal, se andaria, falaria ou se seria saudável. Eu só imaginava que ele seria loirinho e teria olhos claros como os avós. Sempre me pego pensando nisso porque com a Maria Clara pensava exatamente o contrário, talvez por ser a primeira, ou talvez por que mãe tem um sexto sentido que só sendo mãe pra entender (uma coisa maluca). Davi nasceu exatamente como eu imaginava, senti até que já o conhecia quando o vi.
Ele vai fazer cinco anos e não sei como é a alegria de vê-lo fazer coisas que a Maria Clara fez, não posso dizer que nunca ansiei por esses momentos, porque já os esperei muito, mas devagarinho a gente vai aceitando porque existe amor!
Ah! O amor! Esse é igual para os dois!
Como sei disso?
Já que tenho mais cuidados com ele e alegrias com ela?
Me pego observando-os enquanto dormem, dormindo são iguais, a mesma respiração, calma e suspiros. Então, beijo-os, sinto o cheiro de cada um, sinto o calor da pele, ouço a respiração... e o que sinto por um e outro, é exatamente igual. E diferente da intensidade entre alegria, preocupação e encantamento, sinto uma ternura inexplicável, sentimento que aquece e acalma a alma.
Maio de 2010. Meu primeiro Dia das Mães com meus dois amores. |