domingo, 9 de dezembro de 2012

Um peixe fora d'água

Hoje vou falar de algo que sempre me incomodou desde que me tornei uma mãe especial, digo "incomodou", no passado, porque sinceramente é algo que passou, não me incomoda mais.
Talvez por esse motivo escrevo esse post. Afinal quando algo me incomoda tenho dificuldades em falar sobre o assunto, quando passa,  relaxo e até brinco com as situações.

Portanto o assunto é "Festinhas de aniversário"... nossa! Como foi difícil passar por elas !

Sabe aquela fase em que seu filho está crescendo, mais especificamente a partir dos 5 meses, em que as outras crianças estão mostrando, para alegria dos pais e de todos, tudo o que elas são capazes de aprender: sentar, engatinhar, andar, balbuciar e por aí vai, e seu filho ainda nem segura a cabecinha.

Pois é! E nessa idade a gente conhece um monte de gente que também tem filhos pequenos, o que é muito legal, porque há uma troca de experiências e as crianças acabam se relacionando e convivendo juntas especialmente nas festinhas.

Só que...para mim era muito difícil estar nesses ambientes e não ver meu filho participar, rir, brincar e se divertir como as outras crianças. A princípio pensei em evitá-las, mas como tenho outra criança em casa, isso não seria nada justo.

Nas primeiras reuniões, quando essa diferença começou a se tornar nítida, era um pouco complicado conversar com outras mães e até amigas minhas e ouvir as histórias de peraltices dos outros bebês sem ter nada pra contar.

Naquela época o Davi nem procurava as coisas ou pessoas com o olhar, foi a partir de um ano que ele começou a perceber através do olhar o mundo a sua volta, digo através do olhar porque sei que ele percebia de outras formas: pelo tato e audição, por exemplo.

O fato é que eu e as pessoas mais próximas dele é que sabíamos disso e é muito difícil expressar esses momentos. Como minha história de mãe que usa de sexto sentido para descobrir necessidades de seu filho iria  interessar... ? Bem, nesses momentos eu quase nunca tinha algo para contar, a não ser quando me lembrava da M. bebê, mas eu ficava tão tensa e incomodada que preferia ficar quieta.

Foram inúmeras as vezes em que eu chegava em casa muito mal humorada, e tudo me irritava até que vinham as lágrimas para levar o mal humor embora. Coisa que sempre me acontece e acho bom, de mal humor nem eu me suporto.

Mas o tempo passou, e com um aninho o Davi entrou para uma Instituição de Reabilitação Infantil aqui na minha cidade, a ARIL. Por um período foi muito bom pra ele, mas foi melhor para mim, pois conviver com outras mães que enfrentavam os mesmos problemas e conhecer seus filhos me fez entrar para um mundo em que eu realmente sentia fazer parte, e aposto que o Davi também.

Comecei a entender minha dor e a respeitá-la também, e o mais importante é que aprendi a ver e me expressar em relação as conquistas do Davi, mesmo aquelas que só eu consigo perceber, mas que são muito significativas para nós, mães especiais!