Nunca queria escrever esse post, contando sobre um dia triste, o dia em que perdemos nossa amada cachorrinha Tirila de um jeito tão estúpido.
A Tirila chegou em nossa casa assim que me casei, há treze anos. Ela foi mimada como uma "filha"até a chegada da Maria Clara, nunca me esqueço do dia em que meu marido dormiu com ela na cozinha porque ela estava doente, das viagens para praia em que ela ia junto e tínhamos que parar para que fizesse xixi, ou quando durante a minha primeira gravidez ela teve gravidez psicológica chegando a produzir leite. Foi um barato... chegamos ao veterinário e nem precisamos explicar o diagnóstico, assim que o doutor viu minha barriga, já solucionou o problema dela.
Depois do nascimento da Maria Clara, ela, de "filha" mimada passou a "mãe" protetora, dormindo embaixo do carrinho e latindo para qualquer um que se aproximasse, foi a companheira paciente que aguentava todas as peripécias infantis e fazia de tudo por um pedacinho de frango, nem comia ração, ou era carne, ou nada, (simples assim). Sempre que eu ia a algum churrasco voltava com um saquinho de restos para ela.
Quando o Davi nasceu ela já não tinha mais a mesma paciência, mas era zelosa e ficava sempre por perto. Passei a deixá-la junto com as outras duas cachorras que tenho no quintal depois que o Davi colocou a gastro, por motivos óbvios de ela não tentar lambê-lo ou deitar junto dele (ela sempre foi privilegiada, talvez por ser tão pequenina...) Mas devido a sua velhice neste ultimo inverno passamos a deixá-la dentro de casa, chegamos a conclusão de que ela precisava mesmo era de nossa companhia, de estar conosco.
Todos os dias, o primeiro que acordava abria a porta e deixava-a sair para fazer um xixi e tomar sol na frente da casa. Hoje a pessoa que acordou primeiro fui eu, desci para sala com o Davi que quase não tinha dormido, abri a porta para ela, deitei no sofá e adormeci.
Quando todos acordamos e fomos procurar por ela, já que não veio ao nosso encontro, quase faleci! Ela estava lá na piscina, sem vida! Foi horrível! Comecei a chorar desesperadamente, queria que o tempo voltasse para que eu pudesse acudi-la, me sentindo totalmente culpada por ter aberto para ela sair, por não ter imaginado que ela já estava velhinha e mesmo acostumada ao local da piscina, poderia em algum momento se desequilibrar e cair.
A enterramos no jardim da casa de minha mãe. Maria Clara para me consolar disse: "ela não poderia estar melhor", e eu passei o dia todo ora me lembrando dos bons momentos, ora me remoendo em culpa e pensando em como tudo aconteceu e eu não fiz nada!
O sábado passou assim, pesado, todos silenciosos e de olhos inchados. As cachorras estão quietas e assim que coloquei a caminha dela pra fora, a Violeta, a mais "chegada" da Tirila se deitou nela, e lá ficou por um bom tempo. Acho que agora essa será a cama dela.
Já que o tempo não volta, vamos esperar que amenize a nossa dor!