quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Por que só o pé?

Desde que o médico neuro pediatra do Davi me disse que ele deveria ser uma criança como outra qualquer e viver todas as emoções que qualquer criança viveria, eu me empenho todos os dias e momentos para proporcionar isso a ele.

É difícil, especialmente agora que ele está crescendo com quase cinco anos e 18 quilos e não segura ainda a cabecinha.

O fato é que a gente faz ele sentir todas as emoções, coloca-o na cama elástica, põe algodão doce e sorvete em sua boca, faz meleca com chocolate e gelatina, balança, brinca na piscina de bolinha e até escorrega em toboágua. Piscina, então, faz parte de sua rotina e ele adora.

Quando saio com ele no carro, faço questão de abrir bem as janelas para que ele sinta o vento em seus cabelos, e não posso ver um gramado que já quero estendê-lo por lá. Acho que essas sensações vindas da natureza são realmente especiais e fazem bem a todos, inclusive a nós mães!

O ano passado aconteceu algo que me faz rir até hoje, era verão e quase todos os dias chovia. Naquela tarde fizemos um churrasco. Eu ainda estava na cozinha quando o pessoal chegou, mas o Davi já estava prontinho, de banho tomado e cabelinho penteado em sua cadeira, dentro do rancho. Enquanto o pessoal conversava começou uma chuva e logo em seguida uma ventania levou o guarda sol a voar para longe. Todos saíram correndo para salvar o guarda sol, as toalhas e guardanapos que voavam, deixando o menino lá, protegido no rancho.

Só que o vento levou a chuva para a direção do Davi, e quando voltaram a atenção a ele... Por Deus! Ele estava todo molhado com a chuva caindo forte em seu rosto. Pensa que ele não gostou? Imagina só! Adorou! Estava muito calor! Mas todos acudiram, o colocaram na sala, trocamos a roupa e colocamos a cadeira para secar.

Quando penso nesse dia, fico feliz por ele ter sentido esse momento e como é uma chuva de vento. E assim é! Todos os dias de minha vida e todos os momentos de meu dia.

Mas a sensação de entrar no mar e sentir as ondas, ele ainda não teve. Não que eu não quisesse, afinal adoro e acho que a gente sempre precisa de um banho de mar. Sabe, que nem me importo se a praia é própria ou imprópria, pelo menos um mergulho eu dou, mas o Davi não pode.

Ele tem gastro, uma sondinha para se alimentar ligada diretamente ao seu estômago, então não posso submetê-lo a isso, afinal não deixa de ser uma ferida exposta e a gente tem que cuidar direitinho, e banho de mar está proibido.

Portanto para não deixá-lo de fora dessa sensação, a gente coloca os pézinhos, e através deles ele sente o vai e vem das ondas e quem sabe um dia...







quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sem limites...para ser

Três meses sem escrever no blog... parece um tempão, mas para mim parece que foi ontem.

Esse tempo foi bem agitado, levando em conta que passamos pelo final de ano, com festas e confraternizações. Ainda bem, porque digamos que eu passei um período meio pra baixo e esse clima festivo foi providencial.

Pois é! Depois do sustinho com o Davi e seu pós cirúrgico atrapalhado fiquei meio sem chão, fui levando a vida, deixando ela me levar. Acho que me deparei com a fragilidade da vida e isso mexeu comigo. Fiquei a mercê das atividades do dia, fazendo tudo sem muita animação. Em alguns momentos me pegava ansiosa, com vontade de chorar. E para comprovar que nosso emocional está diretamente ligado ao nosso sistema imunológico fiquei doente duas vezes.

Mas, ainda bem que tenho uma família maravilhosa que não permitiu minha entrega. Foram passeios,mil atividades propostas a mim. Mesmo que eu estivesse pra baixo me carregavam para fazer algo diferente como um passeio em Paraty, na Praia Grande com família e amigos reunidos e... aproveitando a magia do final de ano. Pronto! A tristeza e a insegurança foram embora e cá estou eu de volta, cheia de vontade de bota esse blog em dia!


E ainda pensando sobre isso, depois que passa fica fácil, devemos respeitar esses momentos da vida, afinal quem somos nós, seres humanos, para estarmos sempre fortes e enfrentando batalhas às vezes tão duras?

Então chorar um pouquinho, ficar recluso, quieto, também pode ser bom para recarregar as energias. O importante é ter ao seu lado pessoas que te amparem, te entendam e um..., não, dois... ou mais... motivos para seguir em frente. Aí vocês já sabem de quem estou falando... dos amores de minha vida, e olha que não são poucos!