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Nos primeiros meses de vida do Davi, logo após eu ter ficado sabendo de sua mal formação cerebral e de ter em minha mais profunda consciência uma previsão de seu prognóstico, já que ninguém o tinha feito, que ele teria algumas deficiências e não se desenvolveria como uma criança normal, me vi passando a mão sobre sua cabecinha, mais precisamente no local onde eu tinha alguma ideia da origem do problema, pedindo a Deus por um milagre.
Lembro-me de ter orado, e implorado a Deus
fervorosamente para que tudo não
passasse de suposições, e que um dia eu pudesse contar sobre minha aflição,
vivendo o alívio de ter meu filho como uma criança normal.
Não sei quando parei de pedir, não sei quando me dei conta de que o Davi não precisava de milagre, que ele era o meu milagre. Penso que foi quando o
aceitei !
Após ter entrado para
um mundo totalmente diferente daquele em que vivia, de ter conhecido pessoas que convivem com a deficiência de seus
filhos ou sua própria e não tem limites para serem felizes, sinto-me
envergonhada de um dia ter pensado que meu filho precisaria de um milagre para
ser feliz e fazer-nos felizes.
Hoje peço a Deus muitas coisas, mas sobretudo agradeço a
grandeza que faz todos os dias em minha vida, a alegria que me proporciona por
ter meus filhos e por amá-los como são.
Agradeço por ter me mostrado esse lado da vida, que me era
tão distante, por conviver com pessoas que fazem da superação o seu objetivo de
vida, por ter me dado a oportunidade de
entender que o deficiente não é doente, mas fica doente como qualquer pessoa,
especialmente crianças.
Agradeço a Deus por me dar a oportunidade de ensinar,
aprender, errar, acertar, amar, resgatar, temer e confiar, por fazer milagres em minha vida todos os
dias e peço desculpas a Ele por ás vezes não reconhecê-los.
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